SOLIDÃO

Vivemos numa sociedade que se queixa com demasiada frequência dos males da solidão. Estaremos assim tão sozinhos? Porque sozinhos só ficamos mesmo quando a amargura por acreditarmos que o estamos nos impede de amar os outros.

Todos nós ja alguma vez sentiu, que para alem de todos os amores, tds os afectos, tds os amigos que habitualmente aquecem a vida, existe um tempo e um espaço de vazio intrínseco e não partilhável, inerente `a condição humana, por isso a solidão tem tanto de doloroso como de produtivo. se por um lado tem um fundo de angustia desconfortável, por outro obriga-nos a mover em direcções vinculativas e solidárias. Talvez por isso alguns de nòs nos espantamos como por vezes a solidão é interpretada.

A maioria das vezes que nos referimos ao estar sozinho tem a ver com a ausência de uma relação afectiva investida e valorizada. Ouve-se muitas vezes os solteiros, viuvos e divorciados " estou sozinho há varios anos", descobrimos depois que o "sozinho " tem pais, amigos, irmãos, filhos e conhecidos, que para o caso parecem não interessar.

Por outro lado existem pessoas, supostamente em relações amorosas estáveis, queixarem-se de que não há nada mais violento do que a solidão partilhada, a falta de diálogo,, do olhar distraido para a televisão, escondendo angustias indizíveis, discusões sem sentido, tapando conversas impossiveis.

Tanta solidão...doméstica, sofisticada, exposta....tanta solidão perdida na multidão... a ser usada como argumento de infelicidades, de mesquinhices, de desconforto, de maus feitios.

A SOLIDÃO EXISTE, mas porque se trata de um sentimento, não é modificável no exterior.

A SOLIDÃO EXTERNA chama-se isolamento e tem remédio.

A SOLIDÃO COMO SENTIMENTO... a tal que desespera, que engelha a pele e a alma,não há pessoas que cheguem, festas que disfarcem, nem afectos que calem.

mas a SOLIDÃO mais terrivel, mais dorida e arreigada é aquela que dentro de nós, nos impede de amar os outros e de os deixar ocupar espaço dentro de nós e desta só nos temos a cura.