Viajei até ao meu sítio paradisíaco. Tirei e arrumei a roupa que tinha levado para os dois dias de estadia, peguei no livro que no momento lia, e fui para um dos sítios que me encantam, me fascinam, me preenchem de serenidade. Uma situação inesperada, impediu-te de comigo teres viajado. Havia falado contigo, sabias para onde me encaminhava. Transportada por aquela atmosfera de pura magia, lá, cheguei. Inspirei o aroma doce e encantador das glicínias que se estendiam e se deitavam pelo muro, decorando-o de lilás e de verde. Entrei, sentei-me numa cadeira de baloiço, pousei o livro ao meu lado e observei o jardim em formas geométricas dividido e por rosas preenchido. Contemplava a beleza que me rodeava e pensava em ti, olhando, tristemente, para o lugar ocupado pelo livro. Numa janela, as cortinas afastam-se. Antes de ser tomada pela vontade de me maravilhar com o interior do quarto, ouço chamares-me… “T…” e um vulto aproxima-se da janela. És tu! Em passos ligeiros, impulsionada por uma alegria que discreta tinha de ser, chego à entrada do palácio onde o porteiro, galantemente vestido, inclinando-se, me diz o número do quarto ao qual me devo de dirigir. Da beleza que me circunda, pouco vejo. Ouves os meus passos, abres a porta do quarto e recebes-me com um beijo terno, demorado, nos meus lábios sorridentes. As cortinas estão fechadas. As velas dos dois candelabros colocados nas mesinhas de cabeceira, iluminam o quarto. “Amor meu!...”, digo-te, com os olhos rasos de lágrimas de contentamento. Levas-me, nos teus braços, e deitas-me na cama, em cima das pétalas de rosas, por ti, cuidadosamente colocadas. Beijamo-nos… um beijo profundo que desperta a paixão, o desejo que em tremuras se sente nos corpos. Beijas-me o pescoço, os ombros ao mesmo tempo que me despes do vestido. Puxo, delicadamente, o roupão de cetim azul que vestes e acaricio-te as costas e o peito, suave e ardentemente. De corpos nus, de peles já coladas, descubro, delicio-me, com beijos, partes tuas ainda desconhecidas enquanto meus seios hirtos, voluptuosos, deslizam sobre o teu corpo. Sinto os teus arrepios e o teu enfraquecimento deleitoso, numa entrega às minhas mãos, aos meus lábios, à minha língua, aos meus braços. Entrelaças os teus dedos nos meus, pedes-me que te beije e entregamos-nos à loucura que nos possui, amando-nos. Sustemos os gemidos e suspiramos. “Amo-te!...”, ouvimos. Levantas-te, dizes-me para aguardar. Inebriada com os nossos cheiros, aguardo-te. Vens, estendes a tua mão pedindo a minha, levas-me para o quarto de banho onde velas com aroma a sândalo ardem e a água, na banheira, está coberta com pétalas de rosas. “Para ti…”. “Não, amor meu, para nós…”. Entro primeiro, dou-te a mão, trazendo-te para mim, e deitamo-nos. Beijo-te, levemente, os lábios, sussurro-te: “Amo-te!...” e abraço-te, entrelaçando as minhas pernas nas tuas. Olhamo-nos, lemo-nos. Com ternura nos dedos e paixão nas mãos, acariciamo-nos, entre beijos ofegantes e numa explosão lasciva, unem-se os nossos corpos...
Vestimo-nos enquanto me delicio com a decoração do quarto. O palácio, lindo, divinamente pintado e ornamentado, tem outra beleza, agora, que a escadaria descemos.
Noite_Saudade
ღ☆ૐ●MusaMisteriosa ●ღ☆ૐ
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